"Há essa velha questão sobre os turistas e os viajantes, que Garland explorou até ao enjoo em “A Praia”. Turista é alguém que só vê o que a agência de viagens preparou para ele. Desloca-se, geralmente em manada, de cliché em cliché, descobre, cheio de deslumbramento, aquilo que já estava farto de saber, vive a alucinação do que pensa ser uma aventura e regressa carregado
de episódios mesquinhos, quase sempre relacionados com a própria logística da romaria, como o incómodo de ter perdido as malas ou os contratempos da alfândega. O turista não viaja.
O verdadeiro viajante é um ser de outra espécie: ele mergulha na realidade dos lugares, convive com as pessoas autênticas, deixa-se afectar pelo que é estranho, inesperado."
Paulo Moura, in "ípsilon", suplemento do "Público". Análise ao livro "Shantaram", de Gregory Roberts, em que o autor narra a sua vida nos bairros de lata de Bombaim e numa aldeia indiana, depois de ter fugido de uma prisão australiana
11 de Janeiro de 2008
sábado, 12 de janeiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário