
“A notícia da morte de Bénard da Costa é uma invenção. Ele foi transferido para outra dimensão e, neste momento, prepara-se para organizar algures no paraíso um festival de cinema. Provavelmente o I Festival de Cinema do Paraíso vai abrir com uma visão do Johnny Guitar do Nick Ray. Os santos e o próprio senhor Deus andam com os cabelos em pé: não se fala noutra coisa senão de cinema e toda a gente passou a conhecer de cor os diálogos entre Johnny e Viana. Cá em baixo, dir-se-á: tinha os defeitos das qualidades: não vale a pena esconder que era obsessivo e, provavelmente, ditatorial como todas as pessoas dotadas de paixões e de obsessões. Porém, escrevia e falava como ninguém sobre o cinema e sobre isso sabia muito.”